O esgotamento físico e mental está a tornar-se uma epidemia em todo o mundo e Portugal não foge à regra. Nunca na história de toda a humanidade foram prescritos tantos ansiolíticos e medicamentos para o cansaço, como na actualidade. Mesmo assim, existem cada vez mais pessoas a sofrer deste problema e a tentar encontrar uma solução para o resolver.
Quero que saiba que este problema tem uma solução. Sob o meu ponto de vista, não passa somente pela ingestão de fármacos, mas, sim, de mudanças alimentares – Sim, alguns alimentos estão relacionados com sintomas de cansaço, a correcta ingestão de alguns nutrientes que são indispensáveis para o correcto funcionamento do cérebro e de todo o nosso organismo, e também de mudanças comportamentais.
A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de carácter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso.
Quais os sintomas do Burn Out?
Estamos no apogeu da medicina e da psiquiatria, mas nunca estivemos tão doentes. A ansiedade e o stress são normais até determinados níveis. Se nos mantivermos muito tempo nesse estado ou prolongarmos esse estado no tempo passa a ser patológico. Regra geral, o nosso organismo está preparado para lidar com o stress durante seis semanas. A partir desse ponto, irá surgir o stress crónico que, se não for convenientemente tratado, dará origem ao Burn Out.
Se sofre de pelo menos oito de alguns dos sintomas que vou descrever de seguida, provavelmente, sofre de Burn out:
- Fadiga constante;
- Dores musculares;
- Distúrbios do sono;
- Depressão;
- Ansiedade;
- Perda ou cabelo seco;
- Falta de memória;
- Dores de cabeça;
- Nervosismo;
- Visão turva;
- Zumbidos nos ouvidos;
- Dores nos joelhos;
- Diarreia ou prisão de ventre;
- Endometriose
- Falta de apetite;
- Falta de apetite sexual;
- Suores noturnos;
- Retenção de líquidos,
- Desconforto abdominal;
- Gripes e constipações constantes;
- Hipotiroidismo;
- Apatia;
- Letargia;
- Incapacidade de resolver problemas
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As diversas fases do processo:
Imagine, uma bola de neve; à medida que vai rolando e descendo a montanha, vai ficando cada vez maior e ganhando mais velocidade. Este processo funciona da mesma maneira. E, o que começa por ser um pequeno stress, vai ganhando força e dimensão até atingir proporções gigantescas – o Burn out. Vamos conhecer as várias fases do problema para o conseguir compreender melhor.
1. Fase de alarme
Nesta primeira fase, o organismo prepara-se para a reacção de “fight or flight” (fugir ou lutar), essencial para a preservação da vida. Imaginemos que estamos perante uma fera (situação de stress). Nesta circunstância o organismo tem que decidir se vai fugir ou lutar e libertar hormonas, como, por exemplo, o cortisol, a adrenalina, a noradrenalina e outras substâncias químicas, para conseguir lidar com a situação. O grande problema é que, na sociedade actual, vivemos numa “selva” e o nosso organismo é atacado por diferentes formas de stress – pressão no trabalho, preocupações financeiras, medos diversos, congestionamentos de trânsito, entre outros.
Durante esta fase, normalmente sentimo-nos motivados e cheios de energia, mas o nosso organismo só está preparado para lidar com esta fase durante aproximadamente seis semanas, uma vez que o stress agudo (short-term stress reaction) é uma reacção fisiológica de curta duração. Se o organismo se mantiver nesta fase por demasiado tempo, vai desencadear uma nova fase – a fase de resistência.
2. Fase da resistência
A fase de resistência também chamada de stress crónico, é uma fase onde as reacções são opostas às da fase de “fight or fligh” e muitos dos sintomas iniciais começam a desaparecer, dando lugar a uma sensação de desgaste e cansaço. Durante esta fase o nosso organismo tenta resistir ao stress e existem vários sintoma, dois dos quais assumem especial relevância – perda de memória e fadiga. Se o nosso esforço for suficiente para lidar com a situação, o stress é eliminado e saímos do processo de stress. O maior problema começa a ocorrer quando não conseguimos resistir ou adaptarmo-nos e nosso organismo começa a sofrer um colapso gradual. Entramos na fase de quase-exaustão, onde podem surgir os problemas mencionados a seguir.
Sintomas da fase de quase-exaustão do stress ou fase de resistência:
- Cansaço mental;
- Dificuldade de concentração;
- Perda de memória imediata;
- Apatia ou indiferença emocional;
- Impotência sexual ou perda da vontade de ter sexo;
- Herpes;
- Corrimentos;
- Infecções ginecológicas;
- Aumento de prolactina;
- Tumores;
- Problemas de pele
- Queda de cabelo;
- Gastrite ou úlcera;
- Perda ou ganho de peso;
- Desânimo, apatia ou questionamento frente a vida;
- Ansiedade;
- Crises de pânico;
- Pressão alta;
- Alteração dos níveis de colesterol e triglicerídeos;
- Distúrbios de menstruação.
3. Fase da exaustão – Burn Out
A Síndrome de Burnout (do inglês “to burn out”, queimar por completo), também chamada de Síndrome do Esgotamento foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970. O sintoma mais evidente da Síndrome de Burnout é o esgotamento físico e emocional, que acaba por se desdobrar noutros sintomas e atitudes negativas, tais quais como:
- Faltas ao trabalho;
- Agressividade;
- Alterações bruscas de humor;
- Irritabilidade;
- Problemas de concentração;
- Lapsos de memória;
- Ansiedade;
- Pessimismo;
- Baixa autoestima;
- Dor de cabeça;
- Enxaqueca:
- Cansaço físico;
- Sudação excessiva;
- Palpitação;
- Pressão alta;
- Dor muscular;
- Insónia;
- Crises de asma;
- Distúrbios gastrointestinais.
Existe algum tratamento natural?
A Naturopatia em Portugal é uma licenciatura integrada nas Terapêuticas Não Convencionais, que tem como principal objetivo repor o estado de saúde no organismo através de suplementos, alimentação, utilização de plantas, exercícios de respiração, mudanças no comportamento e estilo de vida, bem como outras técnicas e métodos naturais. Neste artigo, vamos focar-nos nalguns dos que considero os mais importantes.
. Alimentação
Conhece a expressão: “Nós somos o que comemos”? Pois bem, nunca essa frase festa tanto sentido como nos dias de hoje. Existem alimentos que pelas suas características, grau de toxicidade e quantidade de anti-nutrientes (roubam as nossas, vitaminas, minerais, sais minerais e outros nutrientes fundamentais), fazem aumentar, ainda mais, o nosso cansaço, a ansiedade e a irritabilidade, uma vez que descompensam o nosso sistema nervoso. Por outro lado existem alimentos que ajudam a melhorar o nosso estado de ânimo e, ainda, nos ajudam a tratar as doenças que nos afectam.
Alimentos a eliminar: estimulantes tais como a cafeína, chá, colas e bebidas alcoólicas, carnes vermelhas, enchidos, açúcar e hidratos de carbono simples (refrigerantes, rebuçados, pastilhas elásticas, pão branco, entre outros).
Alimentos a privilegiar: Gérmen de trigo, pólen de abelha, levedura de cerveja, carnes brancas, peixes gordos, hortaliças e frutos secos.
. Suplementos naturais
Ginseng – Tradicionalmente usado na medicina oriental para preservar a saúde, revigorar o organismo e prolongar a vida, o ginseng regulariza as funções biológicas, atua como preventivo em diversas formas de stress. Já era utilizado pelas tribos norte – americanas como um tónico estimulante.
Griffonia – Promove a formação de 5htp um neurotransmissor responsável pelo bem-estar geral, sendo também conhecidas as suas propriedades como antidepressivo. O 5 htp é um aminoácido responsável por aumentar os níveis serotonina – a hormona do bem estar e do prazer.
Ómega 3 – O DHA (um dos compostos do ómega 3) é um nutriente essencial para o cérebro sendo importante na regulação do humor, na integridade estrutural do sistema nervoso central e na função cognitiva. O DHA encontra-se em abundância nas células da retina e nos neurónios. Funções como o relaxamento e contração dos músculos, coagulação, digestão, fertilidade, divisão celular, crescimento, controlo da inflamação estão dependentes dos Ómega 3.
Melatonina – A melatonina, além de ser muito utilizada para ajudar nas insónias, sobretudo na dificuldade em entrar no sono, também tem outros benefícios dos quais destaco os seguintes: controlo da produção de hormonas sexuais femininas, efeito antioxidante celular e fortalecedor do sistema imunológico.
. Outras terapias complementares
Desporto – Para ultrapassar este problema é necessário fazer exercício físico. Parece um paradoxo, mas a realidade é que se fizermos exercício físico, regularmente, tendencialmente sentimo-nos mais animados e com mais energia. Para quem não está habituado, sugiro caminhar 45 minutos por dia ou praticar outro tipo de actividade aeróbica. Praticar técnicas como Yoga ou Meditação também ajudam a resolver este problema.
Nota – Esta informação não pretende substituir qualquer terapêutica ou indicação médica. Para tratamento do seu problema deverá procurar um especialista.