Atividades fora do ecrã? Sim, é possível!

Mikaela Övén // Agosto 14, 2021
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Somos muitos os que nos preocupamos com o tempo que os nossos filhos passam em frente ao ecrã. Telemóveis, tablets, computadores, jogos de consola… e também TV, são presenças muito frequentes no nosso dia-a-dia. Às vezes, até em demasia… E quando decidimos intervir, os conflitos parecem inevitáveis. 

Procuramos atividades giras na Internet, compramos livros espetaculares, como, por exemplo, “Caderno da Família Feliz”. Podemos sugerir mil e uma atividades diferentes, e nada tem tanta piada como o que está no ecrã. Podia-te apresentar aqui uma lista de atividades fantásticas, mas o principal problema continuaria o mesmo… 

O que fazer para conseguir que a criança largue o ecrã e tenha motivação para outras coisas? 

Já te sugiro umas atividades, vamos primeiro refletir um pouco sobre a motivação e o que é necessário ter em mente

A principal vantagem daquilo que se passa nos ecrãs dos nossos filhos é que satisfaz uma grande parte das suas necessidades emocionais. É divertido e diferenciado, oferece muitas vezes reconhecimento e sensação de importância, ajuda a conectar com amigos e pessoas com os mesmos valores e interesses, contribui com alguma previsibilidade e rotina. São poucas as atividades que de uma forma tão imediata satisfazem tantas necessidades. 

Nós próprios sentimos os mesmos efeitos. São imensos os adultos que estão tão ou mais viciados que os próprios filhos. E são muitos os adultos que querem que as crianças se entretenham com outras coisas sem ser ecrãs enquanto eles próprios estão no seu telemóvel. Seria bom se nós adultos não tivéssemos de dar o exemplo, não seria? Ou seja, primeiro somos nós que temos de largar o nosso vício e estarmos disponíveis para nos envolver nas atividades que estamos a propor. E quando escolhemos atividades é importante termos em atenção aquelas necessidades que os nossos filhos mais parecem ter. 

Tenha em atenção aquelas necessidades que os seus filhos mais parecem ter. 

Se temos um filho que é aventureiro e que gosta de coisas novas, talvez fazer caças ao ao tesouro, percursos de tipo Ninja Warrior, experiências científicas… Se temos um filho que gosta de competir e ganhar, então podemos introduzir momentos que satisfaçam essas necessidades, se procura reconhecimento atividades em que nos ficamos a conhecer melhor podem ser ótimas e é igual para aquelas crianças que procuram a pertença e a ligação. As crianças mais introvertidas e inseguras podem beneficiar de atividades mais previsíveis e seguras. Quantas mais necessidades uma atividade englobar, maior a probabilidade de a criança se envolver realmente nela. 

No entanto, o primeiro passo não é sugerir uma atividade alternativa (e julgar os ecrãs como muitas vezes fazemos: “Já chega, tens que fazer outra coisa!”), o primeiro passo é interessarmo-nos por aquilo que a criança está a fazer no(s) seu(s) ecrã(s) para depois fazer a transição.

O Caderno da Família Feliz

O “Caderno da Família Feliz” foi construído tendo todas as principais necessidades emocionais em mente. É um lugar seguro onde pais e filhos podem partilhar momentos, valores e emoções, e de uma forma divertida aprofundar a conexão, o diálogo e a cumplicidade. 

A prática da paciência

Uma das atividades propostas tem a ver com a prática da paciência. Não é por nada que dizemos que a paciência é uma virtude, certo? Não são só as crianças que são impacientes. Eu até diria que os adultos são mais impacientes que as crianças. Quando dizemos a uma criança “Tens de ter mais paciência?” o que é que se está a manifestar em nós?  

Algo muito giro para fazermos com os nossos filhos é refletir sobre os nossos níveis de paciência. A criança diz quando acha que os pais demonstram impaciência e os pais quando a criança demonstra impaciência. Podem também avaliar numa escala de 0-10 os seus níveis de paciência para depois, em conjunto, refletir sobre o que isso significa.

O Frasco da Seca

Para muitos de nós é difícil ter paciência quando estamos a apanhar uma seca e não sabemos o que fazer. Para nos prevenirmos dessas situações, podemos criar um recipiente com atividades para esses momentos. É uma atividade particularmente útil, pois quase sempre que propomos algo sem ser ecrã há protestos e não se sabe o que fazer em alternativa. Então, o que costumo chamar “O Frasco da Seca” é uma ferramenta ótima. Para isso, precisamos de um frasco, papel e caneta. Cortem o papel em tiras e, em cada tira, escrevam uma atividade possível para esses momentos parados. Dobrem os papelinhos e coloquem no frasco. Da próxima vez que alguém estiver aborrecido ou impaciente, tiram um papel. E antecipadamente faz-se o acordo de que o que estiver no papel, é mesmo para fazer!

A entrevista da mente de principiante

A grande maioria das atividades no “Caderno da Família Feliz” são para fazer em conjunto, mas não são atividades apenas para as crianças, como, por exemplo, “A entrevista da mente de principiante”, onde nos entrevistamos um ao outro como se não nos conhecêssemos. Fazendo perguntas como: 

  • “Se não tivesses o nome que tens, como gostarias de te chamar?”;
  • “Que experiência gostarias de ter que ainda não tiveste?”;
  • “De que tens medo?”.

Outras propostas de atividades seguem nas imagens. E lembra-te, tens mesmo de fazer a tua parte. Se o fizeres, garanto momentos mesmo mágicos, para todos

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