Resolvi escrever este texto inspirada nas Queijeiras das Serras da Estrela e da Gardunha. Mulheres de trabalho, apaixonadas pela sua terra, pelas raízes e história do seu território e verdadeiras embaixadoras do que de melhor se faz na região. São estas mulheres as responsáveis por alguns dos produtos mais autênticos e mais emblemáticos destas serras: os queijos.
Reconhecidos nacional e internacionalmente pela sua excelência, os queijos são um tesouro para os verdadeiros apreciadores.
É das mãos destas mulheres, da sua sabedoria, empenho e amor que saem queijos únicos de sabor e textura.
Tive o privilégio de conhecer de forma mais próxima a Natália, uma queijeira que foi protagonista numa das reportagens que fiz para o programa “Caixa Mágica”. Com ela aprendi um pouco da sua arte e vi de perto a alegria e orgulho que sente no seu trabalho. É uma mulher especial, como tenho a certeza que as outras também serão, e, por isso, acabámos por nos tornar amigas.
Uma homenagem a estas 42 mulheres Queijeiras de 9 concelhos
Para homenagear estas 42 mulheres de 9 concelhos, a Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias da Montanha (ADIRAM), pediu à designer Sandra Pinho, da Fauna Creative Labs, para criar uma capa exclusiva em burel, um dos materiais nobres do território, e que foi batizada de “Queijeira”. A capa é lindíssima e existe em várias cores.
Desta homenagem faz ainda parte o livro “Queijeiras, As Guardiãs da Montanha”, que documenta as histórias de vida e o saber ancestral destas mulheres.
Este projeto passa também por oferecer às mulheres Queijeiras um curso de empoderamento pessoal e profissional, para que levem os seus sonhos e ambição mais longe. O curso é financiado pelos lucros da venda dos livros e das capas “Queijeira”.
“Tradição e modernidade tomam assim forma numa capa cujos lucros das vendas revertem para a capacitação das queijeiras, dotando-as de ferramentas para a gestão da sua vida pessoal e profissional”, explica a entidade organizadora.
Estas mulheres da serra são uma inspiração para mim e, por isso, já tenho a minha “Queijeira”, que visto com orgulho e até vaidade.