A série “Mudar para melhor”, que apresento no canal de YouTube Brands Channel, tem sido para mim uma verdadeira escola sobre o mercado de trabalho, razão pela qual não me canso de falar das várias experiências e aprendizagens que vou fazendo. Neste momento estamos a trabalhar em parceria com as Escolas do Turismo de Portugal, dando a conhecer uma série de profissões fundamentais para o turismo, mas onde existe uma enorme falta de mão de obra. Um dos episódios é dedicado ao trabalho de housekeeping e recepção e acredito que a maioria das pessoas desconhece a exigência que cada uma destas áreas requere.
Quem trabalha em hotelaria por norma deseja trabalhar na recepção, consciente que aí é a face visível desse alojamento, seja ele qual for. A verdade é que estar numa recepção é igual a estar no coração de um projeto. É preciso conhecer todos os cantos à casa, todas as regras e procedimentos, assim como a filosofia definida. É preciso ainda saber ler os clientes e entender as suas necessidades e expectativas, e ser capaz de se focar na solução e não no problema. É muita coisa? Sem dúvida, mas a beleza desta função está aí.
Na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve percebi, com o corpo docente, o quanto o trabalho de recepcionista é exigente quando se quer ser um profissional de excelência e marcar pela diferença.
É na recepção que registamos a primeira impressão sobre um alojamento e essa impressão pode até salvar futuras situações menos positivas que venham a acontecer enquanto ali permanecermos.
Para além das “estrelas” da recepção, é importante falar das estrelas que fazem o trabalho de housekeeping. Por norma são mulheres ensinadas e treinadas a cuidar de cada quarto de forma única, deixando-o impecável e com tudo o que corresponda às necessidades do cliente que vai entrar.
Uns querem almofadas diferentes, outros dispensam o edredão, outros ainda querem as camas preparadas de forma especial porque é uma noite de núpcias ou outra data especial. Há ainda os clientes que têm crianças pequenas e fazem algumas exigências que facilitam a pernoita num hotel, entre tantos outros pedidos individuais.
Ser housekeeper não é só limpar quartos e casas de banho. É cuidar de cada um de forma especial. E tudo tem uma técnica.
Aprendi na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve como se faz corretamente uma cama e constatei que afinal não sabia nada da matéria. Estas profissionais recebem múltiplas informações diárias antes de começarem o seu serviço, de forma a saberem quantas saídas e entradas têm e as especificidades de cada uma.
Há que ter noções de gestão de tempo e recursos para cumprir com sucesso o plano de trabalho, sem desperdícios.
Toda a roupa é organizada por pisos e preparada, se possível, de véspera, para que o trabalho flua com mais facilidade e se evitem viagens desnecessárias até à rouparia. Esta mão de obra é super importante na nossa experiência de ficarmos alojados. Se o quarto estiver impecavelmente limpo e arrumado, se os atoalhados, os lençóis e os edredões nos agradarem, a probabilidade de voltarmos é maior.
A profissão de housekeeper exige formação para que este seja um trabalho desempenhado com excelência e é preciso que quem contrata saiba valorizar e reconhecer estes profissionais, a todos os níveis.
Tive a oportunidade de conhecer uma governanta, cargo a que ascendeu depois de alguns anos como housekeeper e que apostou na formação por perceber que esta era importantíssima para a sua valorização profissional nesta área que a apaixona. Ela, assim como todas as pessoas que trabalham nos bastidores da hotelaria, são as verdadeiras estrelas dos nossos alojamentos.
