Ama quem és, sem medo.

Jessica Athayde // Março 7, 2019
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Ama quem és, sem medo.

Este é o mote da minha vida… Um deles, pelo menos. Mas um dos mais importantes, sem dúvida.

Com 33 anos, acho que posso finalmente dizer que me sinto bem com quem sou, que me aceito na totalidade, com todos os defeitos e características. É uma viagem que todas nós, mulheres, fazemos ao longo da vida.

Crescemos com uma determinada imagem daquilo que é ser mulher, e muitas vezes essa é uma imagem que não é exactamente a correcta. Achamos que temos de ser perfeitas e, quando não o somos (porque ninguém o é!), sentimo-nos mal, como se tivéssemos falhado. E isso está pura e simplesmente errado.

Somos como somos, cada um diferente do outro.

É aí que está a beleza do ser humano. Eu, pelo menos, acho que as nossas falhas não são motivos de vergonha, pelo contrário. São aquilo que faz de nós, nós. E não podemos viver com vergonha de nós próprios, não seremos nunca felizes.

Confesso que passei por períodos difíceis, especialmente na adolescência. Já falei sobre este tema várias vezes e penso que é conhecimento público, de certa forma.

Sinto que muitas pessoas, especialmente miúdas, olham para mim e se revêem em mim exactamente porque nunca tive vergonha de assumir aquilo que sou, até quando isso significou falar das minhas inseguranças ou falhas.

Ao longo dos anos aprendi a aceitar-me.

Aceitar os meus defeitos, físicos e não só. Aceitar que não sou perfeita. E esse foi o ponto de partida para ser uma pessoa mais feliz.

Há quem diga que vivemos numa sociedade de aparências. Talvez seja verdade, não sei. Às vezes parece que existe uma realidade paralela nas redes sociais, onde tudo é feliz e bonito e alegre, onde não há defeitos nem problemas. E eu sinto que tento lutar contra isso.

Mostrar as mulheres reais.

Por exemplo, agora com a gravidez, fiz questão de não esconder as dificuldades que estava a passar, especialmente no primeiro trimestre. Sei que tal como eu, muitas mulheres tiveram uma gravidez que não foi um mar de rosas, e que não se sentem representadas nos 1001 sites que falam da maravilha que é estar grávida.

Para muitas mulheres, pode ser realmente uma maravilha. Para mim, e apesar de estar 100% feliz por ir ter um filho, a verdade é que os primeiros 3 meses foram difíceis, com muitos enjoos que não passavam nunca. E de certa forma senti uma responsabilidade em partilhar isso, partilhar a realidade para que outras mulheres sintam que não estão sozinhas.

Fala-se em mulheres reais. Gosto de pensar que sou uma delas, sim. Há muito tempo que decidi aceitar-me como sou, e acho que isso transparece para fora. Espero que seja uma tendência cada vez mais forte, que as mulheres se apoiem umas às outras e se aceitem enquanto pessoas únicas e especiais.

Keep it real

Nota: Fotografia por Verónica Silva.

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