«A minha família é pior do que as famílias dos meus amigos», referiu-me, em tempos, o André, de 7 anos de idade.
«Porque dizes isso?», perguntei, intrigada.
«Porque as famílias dos meus amigos têm um pai e uma mãe… a minha não tem».
O desabafo desta criança conduz-nos à reflexão sobre o facto de não existirem famílias melhores ou piores, desde que em todas elas exista aquilo que mais importa: amor, cuidado e proteção.
Quando pensámos em escrever este livro, começámos por tentar escutar as crianças, tentando entender o que era, na sua perspetiva, uma família. As respostas que encontrámos surpreenderam-nos de forma muito positiva, na medida em que ficou claro que são os afetos que definem uma família, e não os laços de sangue.
O amor é a «cola» que une as pessoas de uma família, disse-nos uma das crianças que entrevistamos.
As famílias podem ser compostas por um pai e uma mãe, ou apenas um deles, dois pais ou duas mães, tios, avós ou outras pessoas. Podem também ser famílias ou casas que acolhem crianças em situação de perigo. Algumas crianças são adotadas e nasceram do amor dos corações. Outras, ainda, têm os pais separados e vivem em duas casas, de forma alternada. São tantas as possibilidades que não as conseguimos aqui enumerar todas!
Álbum de Famílias
E é assim que a Esperança, que vive numa família com muitas pessoas em que os afetos se somam e multiplicam, vai à descoberta das diferentes realidades que existem. Acompanhar a Esperança e os seus amigos ao longo das páginas deste livro é despir preconceitos e estereótipos, desconstruir falsas ideias e abrir os braços à diversidade.
Neste Dia da Família, pensemos antes no Dia das Famílias… porque falamos, afinal, de uma realidade que é plural.