A uma só voz

Ana Bispo Ramires // Julho 10, 2017
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No passado mês de junho, Portugal enfrentou uma das maiores catástrofes em território nacional (e, dado o número de vítimas, até internacional), no que respeita a incêndios: Pedrógão Grande foi protagonista desta infeliz “história”.

Para além de, alguns, “avultados” donativos de particulares, algumas instituições mobilizaram-se rapidamente para a criação de contas solidárias que vieram a gerar somas consideráveis para diminuir o impacto material desta calamidade – o material, porque, de alguma forma, os danos psico-emocionais serão muito dificilmente quantificáveis e, tarde ou nunca, verdadeiramente superáveis.

E, mais do que nunca, foi possível assistir a um enorme movimento da Sociedade Civil, no que respeita a ações de solidariedade.

Como nunca, os Portugueses uniram-se, RESPONDENDO a UMA SÓ VOZ, para tentar diminuir o impacto desta tragédia junto das populações afetadas e, curiosamente, alcançaram-se valores inimagináveis, seja para o apoio a humanos mas também a animais (a título de curiosidade, a campanha de crowdfunding lançada desde cedo pela Petable,

para fazer face às vitimas animais, triplicou rapidamente o valor que se propuseram reunir, tendo a Ordem dos Veterinários aberto, posteriormente, uma conta solidária para esse mesmo efeito). De todas estas ações, e se calhar como imagem emblemática do envolvimento do Sociedade Civil (pelo menos, no que respeita a dar resposta ao estímulo proposto), o concerto “Juntos por Todos”, realizado na Meo Arena no passado dia 27 de junho, viria a espelhar uma gigante onda de solidariedade, resultante do apoio massivo dos Portugueses a esta catástrofe.

© Starsonline
 

© Starsonline
 

25 artistas contribuíram com a sua performance, mais de 800 pessoas trabalharam “invisivelmente” nos bastidores para tornar possível a realização do espetáculo, os principais canais de televisão uniram-se e, cerca de, 14.000 Portugueses responderam positivamente ao desafio – e, com isto, cerca de 1.153.000€ foram angariados.

De facto, é nas situações de Crise que nos revelamos e momentos extraordinários pedem ações extraordinárias – e, foi isso que todos presenciámos – Portugal e os Portugueses, RESPONDEU/ERAM a UMA SÓ VOZ!

Presenciámos, contudo, também:

  • Uma gigante ONDA de EMPATIA e GENEROSIDADE onde, independentemente de haver ou não capacidade financeira, cada um dos envolvidos PROCUROU AJUDAR na MEDIDA das SUAS POSSIBILIDADES;
  • Uma manifesta capacidade em COLOCAR COMPETIÇÕES DE LADO (o caso das TV’S), em prol de uma MISSÃO COMUM;
  • E, acima de tudo, e em diferentes setores (muitos dos quais longe dos olhares do grande público), uma ENORME CAPACIDADE de TRABALHAR em EQUIPA e COOPERAR, colocando de lado qualquer tipo de individualismo, por forma a PODER CONTRIBUIR para uma GIGANTE RESPOSTA de AJUDA.

E, por isto, por termos sido capazes de, diferenças individuais à parte, termos sido capazes de nos unir, atuando a “uma só voz”, ESTAMOS TODOS de PARABÉNS!

Ainda assim, e porque o MEU PROPÓSITO será sempre de DESAFIO, deixo-vos algumas REFLEXÕES:

  • Como poderemos MANTER, no dia-a-dia da nossa existência, a EMPATIA e a GENEROSIDADE nas NOSSAS AÇÕES? Lá em casa? Com os vizinhos? Colegas?
  • Como podemos resistir à “formatação” que está “instalada” no nosso DNA de entrar em competição com os outros e nos lembrarmos, definitivamente, que a ÚNICA COMPETIÇÃO POSSÍVEL É CONNOSCO PRÓPRIOS pois, apenas esta, nos aproxima dos nossos OBJETIVOS e PROPÓSITO de Vida?
  • Como podemos MANTER PRESENTE que, sem dúvida, JUNTOS (em EQUIPA) PODEMOS SER ENORMES?

Este sim, é o DESAFIO QUE FICA pois, se em Crise SOMOS CAPAZES de dar esta resposta… então, no quotidiano, quando a mesma não acontece… é meramente UMA QUESTÃO DA NOSSA ESCOLHA!!

“Be the change that you wish to see in the world.”

Mahatma Gandhi

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