A nossa casa acaba por ser uma extensão do nosso corpo e da nossa alma. É ainda, muitas vezes, o modo como nos damos a conhecer aos outros. Por isso, não é demais afirmar que a nossa casa é o nosso reflexo.
A nossa casa é o nosso reflexo.
Os móveis e a decoração que escolhemos, a forma como organizamos os livros, as fotos que colocamos nas molduras estão intimamente ligados à nossa maneira de ser. Quando entramos em casa de alguém que não conhecemos, descobrimos, nos objetos existentes, uma parte significativa da essência e da personalidade de quem lá vive.
A nossa casa tem um papel fundamental na nossa vida.
Vivemos numa era de enorme ruído sensorial causado, não só pelo bulício das grandes cidades em que vivemos e trabalhamos, mas também pela cada vez maior dependência das tecnologias e pelas situações e ambientes stressantes que nos causam elevados níveis de ansiedade, levando a que cada vez tenhamos mais dificuldade em desligar. E é aqui que a nossa casa tem um papel fundamental, pois a nossa casa pode assumir o papel do nosso abrigo, onde o nosso corpo e os nossos sentidos podem descansar e recuperar do frenesim diário que a vida moderna nos traz.
Para reforçar ainda mais o importante papel da nossa casa, o feng shui (a filosofia milenar chinesa que leva em consideração a ligação de cada lugar com cada indivíduo) considera as casas como entidades vivas que influenciam a nossa saúde e o nosso estado de espírito.
E na verdade, nada se compara ao nosso lar, o espaço onde passamos a maior parte do nosso tempo e onde levamos a cabo as principais e mais significantes atividades da nossa vida.
Como podes tornar a tua casa no teu refúgio?
Há muitas formas de transformar a nossa casa e torná-la numa extensão de nós mesmos, no nosso refúgio, contudo devemos ter sempre presente que a nossa casa somos nós e, por isso, devemos ser extremamente conscienciosos nas nossas escolhas, porque as mesmas afetam diretamente as nossas atividades diárias e a nossa existência.
Só depende de ti que o lugar onde vives seja um verdadeiro refúgio, onde te revejas, onde consigas descansar e ser tu própria. E na maioria das vezes nem necessitas de fazer grandes mudanças, mas, sim, de adaptar a tua casa, de forma a alcançar o equilíbrio entre aquilo que és e aquilo que precisas, para que a mesma seja uma aliada em direção ao teu bem-estar e à plenitude.
Partilho em seguida 6 dicas que te podem ajudar a transformar a tua casa no teu refúgio, com base nalgumas filosofias orientais, no minimalismo e na neuroarquitetura.
6 Dicas que te podem ajudar a transformar a tua casa no teu refúgio:
- Não acumular objetos desnecessários – segundo a filosofia oriental, apenas esvaziando-nos podemos preencher-nos;
- Organizar os pertences – uma casa bem arrumada faz-nos sentir mais calmos;
- Privilegiar a iluminação natural – pois tem uma enorme influência na nossa saúde física e mental;
- Ter plantas em casa – a cor verde é relaxante e proporciona sensações agradáveis, por isso a existência de plantas em casa dá cor, purifica e perfuma o ar e pode reduzir o stress e melhorar os níveis de concentração e aprendizagem;
- Privilegiar objetos com formas suaves e curvas – suaviza o ambiente traz-nos bem-estar;
- Renovar o ambiente com alguma regularidade – as mudanças fazem com que o cérebro liberte dopamina (neurotransmissor que quando libertado provoca a sensação de prazer e aumenta a motivação).
Qual é o impacto que o ambiente que nos rodeia tem em nós?
Em suma, se o ambiente que nos rodeia é agradável, fabricamos mais oxitocina e serotonina, substâncias ligadas ao relaxamento e ao prazer. Mas, se estivermos cercados por ruídos e luzes intensas ou objetos pontiagudos, o cérebro segrega adrenalina, a frequência cardíaca acelera e os níveis de stress aumentam.
E tu, o que pretendes para o teu dia-a-dia?