A tecnologia é presença constante no nosso quotidiano. Telemóvel e computador, mesmo que portátil ou tablet, tornaram-se instrumentos indispensáveis à nossa rotina. Por muito que queiramos reduzir a nossa exposição aos ecrãs e optar por um minimalismo digital, é certo e sabido que mais tarde ou mais cedo estamos lá caídos. Então, se assim é, porque não tornar a tecnologia nossa aliada?
Pô-la de parte é recusar a evolução do tempo. Aceitemos que veio para ficar e que a tendência é estar cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Sirvamo-nos dela em nosso proveito (e não permitamos o contrário).
Já pensou que em vez de estar no telemóvel a consumir passivamente conteúdo maioritariamente desinteressante nas redes sociais podia estar na mesma no telemóvel mas a consumir um livro extremamente interessante? «Ó, Ana, eu ainda sou do tempo em que os livros eram em papel», oiço-o a argumentar. «Pois», respondo-lhe eu, «e isso é recusar a evolução do tempo».
Tal como tudo evolui, também o livro e, consequentemente, as experiências de leitura evoluem.
O livro nunca deixou e nunca deixará de ser em papel. Aliás, tenho para mim que continuará a ser o formato mais vendido (em circunstâncias normais).
Não obstante, a existência de um formato tradicional de sucesso não é impedimento para o surgimento de novos formatos, os quais acompanham a evolução tecnológica e dão resposta às novas necessidades dos leitores atuais.
Os ebooks e os audiobooks são disso exemplo.
Um ebook é um livro digital, que pode ser lido num e-reader, um leitor de livros digitais, como o Kindle ou o Kobo, ou num telemóvel, tablet, portátil ou desktop através de uma aplicação para leitura de livros digitais, com a Kindle ou a Kobo Books, entre muitas outras.
O processo é muito simples. Basta comprar o ebook e abri-lo diretamente no e-reader ou na aplicação. Depois, é pegar numa caneca de chá fumegante e numa manta quentinha e recostar-se a ler. Simples, certo?
Já o audiobook é um livro em áudio, que pode ser ouvido em qualquer telemóvel, ipod, computador ou mesmo rádio (inclusive o do carro), seja diretamente, seja através de uma aplicação, seja através de um dispositivo externo.
Aqui, o processo é igualmente fácil. Basta comprar o audiobook e abri-lo ou diretamente ou através de uma aplicação, tanto no telemóvel como no computador. Também pode ouvi-lo inserindo uma pen drive ou cabo USB no rádio. Em seguida, é dar uma caminhada relaxante ou conduzir descontraidamente enquanto ouve a narração da história, muitas vezes pela voz do próprio autor. Fácil, não é?
Sabe aquela pausa que pede uma cusquice nas redes sociais? Esqueça. Leia o ebook. Oiça o audiobook.
Não tem a desculpa de se ter esquecido do livro em casa. Ele (e outros tantos) anda sempre consigo e não pesa nada.
Se tem 10 minutos para andar nas redes sociais, tem 10 minutos para ler. Como o vai fazer (em papel, no ecrã, em áudio) é que fica ao seu critério.
O mesmo se aplica às nossas crianças.
Lembra-se de eu ter referido que por muito que tentemos não andar agarrados à tecnologia, acabamos sempre lá? Pois é, e as nossas crianças estão a ver-nos. E como somos o seu exemplo, querem ser como nós. Por isso, imitam-nos. 1 + 1 = 2.
Se andamos sempre com o telemóvel nas mãos, vão querer pegar no nosso telemóvel. Se estamos sempre em frente ao computador, vão querer ver o que aparece no ecrã. Se andamos sempre de fones nos ouvidos, vão querer metê-los nos seus ouvidos.
A fórmula é a mesma. Tornemos a tecnologia nossa aliada.
De nada serve proibi-la e estar constantemente a usá-la à sua frente. A cartada «eu sou adulto e já posso; tu és criança e ainda não podes» não pode ser usada indiscriminadamente. Isso só nos descredibilizaria.
Sejamos inteligentes!
Já que as nossas crianças querem pegar no nosso telemóvel ou tablet para ver as coisas a mexer enquanto deslizam os dedos pelo ecrã, porque não abrir um ebook, ler em conjunto, fazer zoom nas imagens, escrever anotações virtuais, consultar o significado de palavras e deixar que vejam as páginas virar virtualmente enquanto tocam nos cantos do ecrã?
Se as nossas crianças querem experimentar os nossos fones, porque não pôr a soar um audiobook com as luzes apagadas, para imaginar em conjunto as feições das personagens, as características dos espaços, o desenrolar dos acontecimentos? E que tal ouvir um audiobook no carro ou nos transportes públicos, por exemplo a caminho da escola ou num passeio em família, comentando o que está a acontecer?
Estas diferentes experiências de leitura são bastante dinâmicas! Uma não suplanta a outra; antes, complementam-se.
Tal como nada substitui o papel, também nada substitui o ecrã ou o som. O surgimento de diferentes formatos do livro é simplesmente a leitura a acompanhar a evolução tecnológica e as novas necessidades dos leitores atuais.
Sirvamo-nos, então, da tecnologia em nosso proveito e usemo-la para incentivar o hábito da leitura junto das nossas crianças!
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Chegou o momento de tornar a tecnologia na sua aliada no fomento da leitura junto das suas crianças!
