A pessoa psicossomática

José Santos // Abril 10, 2017
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Falei num post anterior sobre a existência de um “cérebro emocional”.

Este cérebro é composto por uma série de estruturas denominadas de “sistema límbico”.

O sistema límbico é independente da parte mais “moderna” do nosso cérebro, também conhecida por neocortex. É a nossa parte mais racional, onde estão funções complexas como a linguagem e as estruturas que regulam a nossa interação social. O sistema límbico apesar de menos evoluído tem o poder de “desligar” a parte cortical ou mais racional, sempre que achar importante para a nossa sobrevivência fazê-lo. A sobrevivência tem de ser entendida num sentido mais lato do conceito: não só implica a sobrevivência do próprio como da própria espécie (logo tem muita importância e influência sobre a nossa sexualidade e não só sobre as nossas funções cardiorespiratórias e digestivas). 

As estruturas límbicas ou o “cérebro emocional” controla o nosso bem-estar psicológico e a fisiologia do nosso corpo. E como disse em caso “extremo” anula a parte racional > o que explica porque é que as pessoas que não se sentem bem se queixem com frequência de sensações que descrevem como “cabeça vazia”, “não conseguir raciocinar” ou outros sintomas semelhantes. Sob stress intenso, ficamos em modo de sobrevivência, dai que a maior parte dos sintomas se expressam no corpo. Palpitações, suores, dores e outros sintomas agravam-se diariamente nos dias de hoje e são uma causa constante de consultas médicas. Como felizmente não existe verdadeiras alterações do funcionamento dos órgãos e estruturas, são rotuladas como sintomas de origem psicológica. Como sabem não podemos ordenar às nossas emoções que se calem ou que desapareçam e quando elas estão descontroladas manifestam-se no corpo através de sintomas físicos (os famosos sintomas psicossomáticos). 

Todos os seres humanos são psicossomáticos – no sentido de que o seu corpo está comandado por um cérebro em que existe um casamento entre a parte emocional e a racional (e todos os bons casamentos passam por ajustamentos ?)

Podemos e devemos querer melhorar e treinar a nossa parte racional e trabalhar ao máximo os nossos conhecimentos e sentimentos – mas não se esqueçam que em última análise quem mais ordena são as emoções e essas manifestam-se e sentem-se no corpo. Cuidar das emoções é cuidar do corpo e trabalhar o corpo permite regular o cérebro emocional, que controla através do sistema nervoso autónomo (simpático e parasimpatico) e sistema endócrino/hormonal, como funciona o nosso corpo.

Assim da próxima vez que tiver sintomas e lhe disserem que tem sintomas psicossomáticos – já sabe que precisa de regular o seu sistema automático.

Como se faz isso?

Actuando sobre o sistema límbico que responde melhor aos cuidados feitos no corpo. A saber: exercício, diferentes tipos de respiração específicos, massagens, acupunctura entre outros.

Como somos animais sociais, se estes cuidados forem feitos em conjunto com outras pessoas, reforça o seu poder terapêutico.

Agarre a sua saúde nas suas próprias mãos. 

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