Quando pela manhã entramos no nosso carro ou apanhamos um transporte público, nem nos passa pela cabeça que os mesmos não tenham energia para circular, sejam eles movidos a eletricidade, a gasóleo, gasolina ou gás. É desta forma que, com frequência, explico aos meus queridos utentes a importância do pequeno-almoço. Para mim, e do que estudei, é o combustível necessário para estarmos operacionais durante o dia. O carro não anda sem eles. Vamos tentar saber mais…
O pequeno-almoço é a primeira refeição do dia e, normalmente, é feita pouco tempo depois de acordar. Mas nem todas as pessoas gostam de comer logo que acordam. Muitas preferem fazer a sua higiene primeiro, para abrir o apetite, e só depois comem. Outras, preferem ir em jejum até ao local de trabalho e fazerem a primeira refeição uma a duas horas depois de acordarem.
Todos os “perfis de horário de pequeno-almoço” são aceitáveis.
Estão muito relacionados com os hábitos que foram incutidos desde a infância, com as refeições que fazemos ao longo do dia, ou mesmo com os horários de trabalho. No entanto, a ciência e a sua evolução têm-nos ajudado a perceber o impacto do que comemos e a que horas.
A cronobiologia nos humanos explica a forma como o nosso organismo atua durante um dia, em várias vertentes. Sendo o ser humano uma espécie diurna é natural que esteja acordado durante o dia, que se alimente durante o dia e que durma e não coma durante o período da noite. Ora, a alteração deste ritmo circadiano pode perturbar o sono, o apetite e o dispêndio energético. Uma das razões deve-se à hormona que controla o apetite, a leptina.
É muito frequente as pessoas que têm excesso de peso ou obesidade revelarem não terem fome para comer durante o período da manhã, isto deve-se ao facto destes indivíduos terem maiores concentrações de leptina no período da manhã, o que faz com que a primeira ingestão alimentar ocorra mais tarde, atrasando o horário das refeições com prejuízo para a qualidade do que comem e promovendo o défice do controlo da saciedade. A pessoa come mais e pior durante o resto do dia.
É importante tomar um pequeno-almoço à hora certa, com adaptação do horário à hora de acordar e ao momento de início de trabalho.
Quando não conseguimos fazê-lo vamos desregular o horário das refeições durante o dia e provocar por um lado uma diminuição da saciedade, e por outro uma ingestão descontrolada, ou seja, as pessoas petiscam mais e pior.
Não nos podemos esquecer que o pequeno-almoço deve ser uma refeição composta por um fornecedor de hidratos de carbono (o tal combustível do carro) e fibra – pão, flocos de aveia, fruta – e um fornecedor de proteína – leite, iogurtes, queijo, ovo e deve ser adaptado aos gostos pessoais. Quem não aprecia um café com leite com um pão torrado com manteiga ao pequeno-almoço? E será que não é equilibrado? Eu diria que é equilibrado, fornece os nutrientes necessários e, adaptando a quantidade de pão, de manteiga e de leite, pode ser uma opção para quem quer aumentar de peso, mas também para quem quer perder.
Coma o pequeno almoço em casa, à hora certa. Vai comer melhor e gastar menos dinheiro.