A importância de respeitarmos a nossa alimentação e o nosso corpo

Maria João Campos // Maio 6, 2021
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Ao pensarmos em alimentação, pensamos quase de forma imediata em dietas para perda de peso. Falamos frequentemente no termo “dieta”, sem sabermos exatamente a que se refere. 

O que é exactamente uma dieta?

Quando procuramos o seu significado no dicionário aparecem-nos as seguintes definições: “regime alimentar que satisfaz as necessidades particulares de uma pessoa, regime especial de alimentação que restringe a ingestão de certos alimentos e/ou reduz a sua quantidade, com o objetivo de perder peso ou por razões de saúde, privação total ou parcial de certos alimentos por motivos religiosos; jejum, prato em que a comida é, em geral, pouco temperada, pobre em gorduras e em calorias e de digestão fácil.”

Ao analisar as definições, temos que concordar que passa a ideia que este termo está associado a algo restritivo, a que se retira algo. Recordo-me, assim, que desde os tempos da faculdade que abandonei o termo “dieta”, uma vez que considero que este pressupõe um início e o fim, e quando queremos corrigir os nossos hábitos alimentares necessitamos de um plano alimentar para sempre (mesmo que nos pareça que “sempre” é tempo a mais) e não de uma “dieta”

A importância de respeitarmos a nossa alimentação e o nosso corpo

É importante refletirmos sobre não só a importância de respeitarmos a nossa alimentação, como também de queremos que o nosso corpo seja respeitado pelos alimentos que ingerimos. Esta relação alimento/organismo existe desde o útero da nossa mãe e perdura por toda a nossa vida. A alimentação tem assim um papel principal para a nossa existência, e já Hipócrates dizia: “Somos aquilo que comemos”. 

Mas que tipo de alimentação deveremos escolher? Existe algum padrão alimentar melhor que outro? 

Sou uma pessoa que reconheço a importância da cultura, da história e das tradições na nossa vida (não fosse eu uma conimbricense, que aprendeu desde que nasceu a ouvir a Saudade no Fado e a perceber o que é a tradição e a cultura). Mas, não podemos escolher a nossa alimentação exclusivamente por este prisma. Devemos, sim, perceber o que estes pilares acrescentam de bom na nossa alimentação. 

Alimentação Mediterrânica

É também por esta razão que não gosto de “dietas”, porque a dieta no indivíduo saudável recorda-me uma moda, algo que passa com o tempo. E a cultura, a tradição e a história perduram no tempo. Também por isso defendo com muita convicção que a alimentação dos portugueses deve basear-se na alimentação mediterrânica. E não é por birra, mas, sim, porque a evidência científica diz-nos que o padrão alimentar mediterrânico é hoje um modelo alimentar de referência na prevenção da doença e na promoção da saúde.

A alimentação em Portugal

Em Portugal, consequência também da disponibilidade alimentar que existe no nosso país, a alimentação, nomeadamente na restauração coletiva (escolas, hospitais, empresas), baseia-se na Alimentação Mediterrânica. Esta tem de ser:

  • saudável – baseada em alimentos que cumpram esta desígnio e que na sua generalidade existem na nova roda dos alimentos portugueses; 
  • equilibrada – devemos ingerir todos os grupos dessa mesma roda dos alimentos nas proporções que estão espelhadas nessa ferramenta de educação alimentar, salvo se tiverem indicações diferentes do seu nutricionista;
  • variada – uma vez que dentro de cada grupo devemos ingerir com frequência, alimentos diferentes, respeitando não só os da época (nomeadamente fruta e hortícolas), e produtos locais (reduzindo assim a pegada ecológica associada aos mesmos).

Ao longo da vida as nossas necessidades nutricionais e energéticas alteram.

Ao longo do nosso ciclo de vida, as nossas necessidades nutricionais e energéticas alteram, a quantidade de alimentos que tem que ingerir um jovem de 14 anos, é diferente de um adulto de 50; os nutrientes que uma mulher grávida necessita não são iguais às de uma senhora de 70 anos. Não fique, por isso, a ideia de que a pessoa pode ingerir os mesmos alimentos, nas mesmas quantidades a vida toda. Não! O correto é irmos adaptando o nosso “plano” alimentar, ao longo da nossa vida, respeitando as várias fases, tendo como testemunhas desse respeito adequado a evolução do peso de forma saudável e o estado geral de saúde, muitas vezes, comprovado por análises.

Respeite as suas necessidades nutricionais

Respeite o seu corpo, o seu metabolismo, a sua fase da vida e com tudo isto vai respeitar as suas necessidades nutricionais. Não deixe que qualquer justificação lhe proporcione variações de peso descontroladas, uma perda de peso extrema pode ser sinal de uma doença e um grande aumento de peso pode ser consequência de muitos outros problemas e ser ele mesmo a causa de outros tantos. Não ignore os sinais do seu corpo. 

Um peso saudável é fruto de uma alimentação saudável.

Neste Dia Internacional Sem Dietas, reflita acerca dos seus hábitos alimentares, dos erros que, se calhar, anualmente comete, ao iniciar uma dieta em maio e em agosto abandoná-la, e que a cada novo maio está sempre com mais peso do que em maio do ano anterior. Proliferemos a mensagem que um peso saudável é fruto de uma alimentação saudável, que lhe fornece a energia suficiente para ser produtivo e, mais importante, ser feliz.

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