O Amor, a Tristeza, a Felicidade, o Medo, a Amizade. De todos temos histórias e vivências e todas são extraordinárias, porque singulares. São milhares, milhões de histórias, as de todos e as de cada um de nós!
Não há duas experiências iguais.
É sobre estes temas tão complexos, que interessam a qualquer ser humano, independentemente da zona do planeta onde vive, o seu credo ou religião, que Ana Candeias, jornalista da TVI, resolveu debruçar-se na série de reportagens “À Flor da Pele”. “A ideia surgiu num dia de Outono, numa esplanada na praia. Um daqueles dias nostálgicos, quando os pensamentos se perdem no horizonte e os olhos, lá longe, no mar. Pensamos na vida. No amor que vivemos, nas pessoas que amamos e perdemos, nas dificuldades que passamos, nos medos que nos limitam, nas ‘coisas’ que nos fazem felizes. Nos amigos que temos. E, damos por nós a pensar que todos nós, de uma ou de outra forma, passamos por isto, vivemos tudo isto e, no entanto, não há duas experiências iguais. E, dás por ti a reviver a tua história de amor, as tuas tristezas e os momentos de felicidade.”
À Flor da Pele
As perguntas que Ana Candeias coloca nesta série de reportagens, cada uma dedicada a um tema, levam-nos a perceber que cada vida é única e que cada história tem a sua importância. No ar ficam as perguntas:
- Como será o amor de quem partilha uma vida há 50 anos? O que os une?
- O que sente, que dilemas viveu quem não era suposto apaixonar-se por uma pessoa?
- Como se ultrapassa a dor de perder um filho? – Ana Candeias perdeu o pai ainda adolescente e a mãe também cedo demais, mas não quer nem imaginar a perda maior que é a partida de um filho.
- E, que outras tristezas e amarguras guardam outros no coração? Humilhações? Frustrações? Incapacidades?
- E, o medo? – O medo é uma emoção essencial, que nos protege dos perigos, ligada ao instinto de sobrevivência. Mas, há outros medos. Há o medo baseado nas crenças. O medo de falhar. Um dos meus medos mais comuns e que a própria Ana reconhece também ser seu é o receio de não ser suficiente. “Porque é que és tão empenhada e exigente e carregas este medo de não ser suficientemente boa?” Sentir o coração apertar e depois relativizar, questionar se outros medos não serão mais graves. O medo patológico, irracional. Como será viver assim? Com uma fobia? O medo que nos aprisiona e não nos deixa ir mais além. E, sentir o medo no corpo? O que lamenta, vive e guarda em si quem sentiu a ameaça da morte a cada minuto? Um combatente na guerra?
Ana Candeias explica: “Foram estas perguntas que me fizeram ir ao encontro de outras vivências. Esta perceção da diversidade de experiências. Assim cresceu a vontade de conhecer o outro, de ouvir as suas histórias, de sorrir com ele, chorar com ele, sentir e aprender com ele. Ouvir. Compreender. Respeitar”.
E, foi isso mesmo que fez juntamente com uma equipa de profissionais da TVI. Primeiro procuraram pessoas. Encontraram o Amor da Simeia, da Olinda e do Gilberto, conheceram o medo de Paulino, que combateu no ultramar, o de José, um dos maiores cirurgiões cardíacos do país, perceberam o que faz Alexandra ser feliz com pouco e o Marco ser feliz podendo ter quase tudo.
“Foi um trabalho muito desafiante e demorado.”
Este foi um trabalho muito desafiante e demorado para esta jornalista e para a sua equipa, porque outros “trabalhos” se meteram pelo meio – a vida é mesmo assim – e, por isso, acabou por resultar num teste à resiliência. Mas, “foi sobretudo uma experiência enriquecedora, o privilégio de escutar pessoalmente histórias contadas na primeira pessoa. São testemunhos que nos tocam, memórias que fazem disparar o coração, relatos que arrepiam, momentos que emocionam, porque quando falamos de amor ou de tristeza, quando partilhamos o medo ou a felicidade, quando celebramos a amizade, sentimos a vida flor à da pele”.
Resta-me acrescentar que esta série de reportagens é transmitida às terças-feiras na TVI, no “Jornal das 8”. Vale mesmo a pena ver “À Flor da Pele”.
Nota: Fotografia por Verónica Silva.