Dentro de nós habita a família das emoções. Nessa família, todos têm um nome, uma alcunha, um aspecto físico e um lugar à mesa de jantar. E, tal como em qualquer família, todos os elementos querem ter voz, querem atenção e querem ser ouvidos. Contudo, na maioria das vezes, como consideramos algumas emoções menos positivas e muitas vezes até as chamamos de “emoções tóxicas”, não deixamos que estas se expressem e isso tem repercussões.
A verdade é que não existem emoções positivas, nem emoções negativas, existem apenas emoções. Todas elas são “boas” e “más”. Tudo depende de como as vemos e como lidamos com elas.
Se pensarmos numa família, como se sentem aqueles que nunca podem ter opinião? Que nunca podem falar? Que nunca são vistos? Ou mesmo que nunca lhe damos atenção? O mesmo acontece na “família das emoções” que habita em nós.
Quando reprimimos uma emoção e não lhe damos a devida atenção, ela vai ganhar força e vai chamar-nos à atenção, por vezes de uma forma menos adequada e adaptativa. Isso pode tornar-se muito destrutivo para nós, como para quem nos rodeia.
É muito importante escutar “todos os elementos da tua família das emoções”.
Ou seja, é importante não ignorar nenhuma emoção, acolhendo-as a todas, pois cada uma delas traz uma mensagem muito importante para cada um de nós.
Todas as emoções são importantes e todas desempenham um papel muito importante em nós e na nossa vida.
Todas elas nos ajudam, principalmente, quando as identificamos, escutamos, vemos e reconhecemos, empoderando-nos delas e agindo através delas. Só desta forma nos conectamos com cada emoção, permitindo-nos sentir a emoção no corpo.
Contudo, desde muito novos que fomos educados para não sentir, não só porque os valores masculinos (como a inteligência, a competência, o conhecimento, o intelectual) foram sobrevalorizados, mas também porque em crianças aprendemos, por exemplo, que estar zangado e manifestar raiva é algo mau, é algo de crianças mal comportadas ou mesmo agressivas. Aprendemos também que sempre que chorávamos, manifestando a tristeza, alguém vinha em nosso “auxílio” tentando que parássemos de chorar, como se fosse algo inadequado, entre muitas outras coisas que foram ficando tatuadas nas nossas memórias. E com isto, ao longo do tempo, começámos cada vez mais a reprimir as emoções e algumas vezes até sentir que algumas delas, por não estarmos habituados a sentir, poderiam ser “perigosas”, “mal vistas” e “ridículas”.
Quando não nos permitimos sentir e acolher todas as nossas emoções, a expressá-las e a manifestá-las, elas ficam muito tempo nos nossos sistemas, no nosso corpo, no nosso emocional e vão causando sintomas de mau estar físico e emocional.
Só estando consciente de todas as emoções e acolhendo-as a cada momento que nos “visitarem” é que podemos construir a nossa inteligência emocional. Caso isso não aconteça, existirão sempre manifestações em diversas situações da vida que vão demonstrar uma grande falta de autorregulação emocional e níveis baixos de inteligência emocional. Por isso, convido-te a uma jornada de consciência, de 40 dias – a “Educação das Emoções” – para estares mais consciente desta família que habita em ti.