A dor emocional importa

Joana Alves // Agosto 18, 2023
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dor emocional
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A dor emocional pode ser tão devastadora, perigosa e paralisante como a dor física. Vem mostrar que algo está mal e, tal como uma ferida, precisa dos cuidados adequados para sarar. Pode deixar cicatrizes e criar aflições pelo meio, mas com a atenção certa acaba por fechar. Vem acompanhada de solidão e isolamento, e todos nós já a sentimos. 

É real. Única. Válida. Subjetiva. Não define ninguém e pode ser superada, mas precisa de cuidados. 

A literatura, a música, o cinema, a arte de forma geral, são formas de expiação desta dor humana, ou seja, mostram-nos que não estamos sozinhos nos nossos sentimentos de angústia e tristeza. Os sentimentos impressos numa criação artística produzida por milhares e absorvidos por milhares de milhões confirmam que, mesmo nas questões mais profundas, como a depressão, ninguém está sozinho. Sentirmo-nos acompanhados ajuda, mas nem sempre é suficiente. Quase nunca é.

Desde cedo, ensinam-nos que ser forte é não chorar, é aguentar, é fingir que a dor da alma, seja o que isso for para cada um de nós, não existe. Aprendemos a ignorar as emoções negativas e que, mais tarde ou mais cedo, hão-de acabar por desaparecer. Não é bem assim. Negar e reprimir contribui para potenciar problemas como a ansiedade e a depressão, a solidão e o isolamento. 

A dor emocional grita para ser ouvida. Por mais difícil que seja, é mais saudável aprender a lidar com o que nos incomoda. 

Ser forte é saber pedir ajuda quando percebemos que estamos em dificuldades. Inteligência passa também por conseguir identificar onde estamos e que dali não conseguimos sair sem que alguém nos dê a mão. Essa mão pode vir de quem está ao nosso lado ou, noutros casos, de um profissional. 

Aceitar e perceber a inevitabilidade do sofrimento não é sinónimo de passividade. Deve ser reconhecido como parte integrante da nossa experiência humana e, quando gerido de forma saudável, pode ser superado.

As grandes causas de sofrimento e perturbações emocionais estão, muitas vezes, relacionadas com o medo de desaprovação, de se ser ignorado ou marginalizado, assim como com o receio de abandono e perda de apoio emocional. Cada um de nós precisa do outro e dos outros, de se sentir amado, integrado. As dores da alma vêm do fundo e, como são difíceis de ver, passam muitas vezes despercebidas mesmo aos mais próximos. 

A vida é preciosa, com altos e baixos. 

É preciso nunca esquecer que há momentos de felicidade por chegar. Há esperança. Há sempre alguém por perto disposto a dar a mão. Sempre.

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