A cosmética natural

Cátia Curica // Agosto 1, 2019
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A cosmética natural está definitivamente na moda, ninguém tem dúvidas que as pessoas estão a tornar-se mais conscientes nas suas opções e isso inclui a grande quantidade de produtos de higiene e cosméticos que usamos diariamente.

Mas, afinal o que significa cosmética natural exatamente?

Muito pouco ou quase nada… A cosmética natural pode ser qualquer uma que contenha alguns ingredientes provenientes da natureza, como, por exemplo, extrato de cenoura ou azeite, mas que depois podem conter ingredientes químicos, sintéticos, conservantes e até derivados do petróleo. Por isso apareceram algumas associações independentes que tentam ajudar na seleção de produtos,  na listagem de marcas e no reporte aos seus ingredientes. A EWG (Enviromental Working Group) é talvez a mais conhecida, apesar de ser americana e de poucos produtos europeus serem por eles analisados, mas é e sempre será uma referência e uma ajuda.

É mesmo natural ou nem por isso…?

O mercado está cheio do chamado “green-washing”, ou seja, marcas que querem fazer-se passar-se por naturais e tem pouco de natural. Porque querem as grandes marcas e até as pequenas marcas artesanais fazerem-se passar por naturais? Porque agora as pessoas querem opções mais ecológicas, mais saudáveis, com menos impacto ambiental nas pessoas, nos animais e no planeta

E, porque se querem mesmo ser naturais não fazem produtos sem ingredientes sintéticos? Porque é mais difícil e mais dispendioso. São produtos que não existem todo o ano, vêm produções biológicas agrícolas, acabam, têm preços diferentes todos os anos, não são sempre iguais e, por isso, é sempre mais difícil de trabalhar, têm validades mais curtas, exigem mais cuidado a manusear e a armazenar, são mais caras. Por isso, atualmente temos mesmo de conhecer bem uma marca para poder confiar nela.

Podemos confiar nas marcas?

É na procura de transparência que surgem as certificações de cosmética biológica, esta sim, a verdadeira cosmética natural e que, ao contrário da agricultura biológica que está definida na lei, foi criada por organismos independentes, com nomes e regras diferentes nos diversos países do mundo, dificultando a percepção pelo público. Nomeio aqui algumas, provavelmente as mais conhecidas: Ecocert (França), Soil Association (Reino Unido), Cosmos (união de vários países), BDIH (Alemanha), USDA (USA), Natrue (vários países Europeus).

Quando aprofundamos um pouco a informação destas associações, conseguimos perceber que apesar das diferenças o que as une são as semelhanças: todas têm uma lista de ingredientes proibidos – como parabenos, ftalatos, laureth sulfatos de sódio e similares, silicones, óleos minerais (derivados do petróleo), vaselina e parafina – outros derivados do petróleo, glicerina não vegetal, alumínio, entre outros produtos sintéticos suspeitos de não serem completamente inofensivos a longo prazo. Mas, também existem regras ambientais restritas, com a limpeza das instalações fabris e os produtos e processos utilizados, com as embalagens, tintas, materiais, com os animais e a proibirem os testes em animais no produto acabado, mas também nas matérias-primas. De forma sucinta estas associações permitem que as marcas usem o seu símbolo em troca de as marcas cumprirem as suas regras ecológicas e permitem uma auditoria às suas instalações.

Mas, afinal como posso saber que um cosmético é mesmo natural?

Infelizmente e, por enquanto, não é uma tarefa fácil. Mas, podemos trabalhar a confiança e com algumas regras simples ter produtos verdadeiramente naturais em casa. Estes são para mim os 5 passos mais importantes ao escolher um cosmético:

  1. Não mande tudo fora, seria muito pouco ecológico! Cada produto que acaba pense em alternativas, visite lojas, pesquise e escolha um substituto de uma marca que lhe dê confiança. Passo a passo vai ser mais fácil e mais confortável para si.
  2. Comece por procurar cosmética biológica certificada por uma destas organizações referenciadas acima, vai ser um óptimo começo. Não compre produtos que se certificam a eles próprios, se uma marca tem uma certificação que mais nenhuma outra têm desconfie. As certificações são válidas para muitas marcas diferentes.
  3. Leia os rótulos, reconheça os maiores inimigos da cosmética natural e comece por evitar produtos que os contenham.
  4. Não compre marcas que produzam produtos não naturais, nunca se consegue estar dos dois lados, ser Grego e Troiano. Escolha marcas que assumam o natural, o ecológico como o seu modo de vida. Assim sabe que estarão sempre a lutar por esse lado e com os valores alinhados com essa filosofia.
  5. Procure especialistas, faça perguntas, experimente e veja o que para si vai funcionar e fazer sentido. Queremos sempre o creme milagroso que funciona para a pessoa X, mas somos todos diferentes e, por isso, não existe o melhor produto do mundo, existem,sim, as melhores rotinas adequadas a cada indivíduo.

Pode, ainda, ver mais dicas neste artigo muito útil.

E, não se esqueça de que independentemente da sua escolha, o importante é que seja consciente, que seja fruto da sua escolha e reflita aquilo que para si é importante. Cada compra é um voto que damos ao mundo que queremos ver. Use isso escolhendo o que para si é importante e a faz sentir bem.

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