Em 1903, o famoso inventor Thomas Edison declarou, numa das suas muitas previsões sobre o futuro, que “o médico do futuro não prescreverá medicamentos, mas ensinará os seus pacientes sobre os cuidados com o corpo, sobre a dieta e sobre a causa e prevenção de doenças”. Felizmente a sua previsão estava certa e, cada vez mais, observamos uma procura crescente por este tipo de abordagem.
A procura de uma Medicina que se pratica com o paciente e não ao paciente é um resultado de cada vez mais acesso a informação pela parte do paciente e um tão necessário sentido de auto-responsabilidade da pessoa pela sua saúde.
Enquanto que na prática médica de antigamente, a palavra do “Doutor” era assumida como uma ordem, hoje procura-se uma abordagem terapêutica mais racional, onde se deve fomentar o diálogo entre o paciente e o médico, de forma a encontrar o plano terapêutico mais adequado e confortável para a pessoa.
O que é a Medicina Integrativa e Holística?
Existem uma série de princípios que defendo como base de uma verdadeira Medicina Integrativa, onde conhecimentos complementares oriundos da Medicina Chinesa, Medicina Ayurveda, Fitoterapia, Osteopatia, Naturopatia, Aromaterapia, entre outros, podem e devem ser incorporados na proposta terapêutica ao paciente. E igualmente uma abordagem Holística, onde o contexto social, emocional e espiritual do paciente devem ser considerados ao fazer a abordagem e programa terapêutico individualizado.
Escusado será dizer que uma abordagem verdadeiramente integrativa não pode ser feita em cima do joelho em consultas de 15 a 30 minutos, onde não são contextualizados aspetos tão importantes como a alimentação, o exercício, a qualidade do sono, o nível de stress, a qualidade da digestão e até o tipo de água que a pessoa consome. Esta é uma abordagem que requer tempo, interesse, dedicação, estudo e abordagem de cada pessoa como um indivíduo e não apenas como um diagnóstico para aplicar um protocolo estabelecido.
Quais são os 7 princípios que o seu médico integrativo deve seguir?
Existem 7 princípios que considero fundamentais numa abordagem integrativa e holística e que deverá procurar junto do clínico que o segue e acompanha.
É responsabilidade do médico integrativo:
- Envolver o paciente no seu próprio processo de cura;
- Usar métodos (convencionais e alternativos) apropriados a cada situação. Se houver métodos pouco convencionais com bons resultados para o caso do paciente, este deverá ser informado da sua existência e assim melhor decidir o rumo que deseja dar à sua saúde;
- Considerar todos os fatores que influenciam a saúde (corpo, mente, emoções, comunidade e espírito);
- Privilegiar uma abordagem o mais natural possível evitando, sempre que possível, intervenções invasivas e tóxicas. Isto pode ser feito recorrendo a tratamentos mais naturais, que muitas vezes são tão ou mais eficazes que a abordagem convencional;
- Estar estabelecido numa sólida base científica ao mesmo tempo que cultiva a abertura a novos paradigmas;
- Empoderar o paciente capacitando-o a ser cada vez mais autónomo e envolvido na sua saúde;
- Os terapeutas devem ser modelos de saúde, estando eles próprios comprometidos no processo de autodesenvolvimento.
Quando estes 7 princípios são respeitados o resultado é um paciente cada vez mais informado, mais autónomo e mais capaz de cuidar de si e dos que o rodeiam.
Para além disso, uma vez que o foco da abordagem integrativa é a causa da doença e não apenas controlo dos sintomas, o médico que aprofunde o seu conhecimento vai adquirir ferramentas terapêutica complementares que lhe vão permitir ter resultados mais profundos e duradouros em situações crónicas e ter uma abordagem mais eficaz e menos tóxica em situações agudas.
O foco da Medicina Integrativa é o bem-estar completo do paciente.
Poderá dizer-se que a Medicina Integrativa é uma verdadeira Medicina Neohumanista, pois o seu foco está no bem-estar completo do paciente (e não apenas no controlo dos sintomas) e em empoderá-lo a ser cada vez mais saudável, consciente, realizado e feliz.
Seja saudável ou tenha alguma doença, sugiro, vivamente, que procure um médico ou clínico com uma abordagem Integrativa e Holística, pois poderá ficar surpreendido com as soluções e respostas que nunca soube que existiam.