1. Afinal, existem ou não casos confirmados de crianças com Covid-19?
Sim, existem. As crianças também são infectadas, mas estão mais “protegidas” do que os adultos, porque o seu sistema imunitário é mais competente a lidar com o vírus.
Para além disso, são naturalmente saudáveis, ou seja, têm poucas doenças crónicas. Assim, desenvolvem também infecção, mas têm menos sintomas, sintomas mais ligeiros e doença menos grave.
2. Quais os cuidados a ter com as crianças?
Os cuidados são os mesmos que para os adultos. A principal prioridade é tentar evitar o contágio, para impedir a transmissão do vírus e o desenvolvimento dos sintomas.
Para além disso, é importante ter também a noção de que há estudos que mostram que as crianças podem ser portadoras do vírus durante mais tempo do que os adultos, o que as torna num elemento muito importante a ter em atenção na cadeia de transmissão. Por esse motivo, as medidas de distanciamento social são muito importantes, para tentar manter a contenção.
3. Quais os sintomas a ter em atenção?
Os sintomas mais frequentes são a tosse e a febre, embora possam também surgir dores musculares, dores de cabeça e diarreia, por exemplo.
A falta de ar e a dificuldade em respirar são sintomas que surgem apenas em alguns casos e que, quando presentes, significam que a doença é mais grave e exige maior preocupação.
4. É seguro sair com as crianças à rua?
Neste momento, todas as crianças estão de quarentena e deve-se evitar o contacto social. No entanto, se houver um contacto com alguém positivo, esse isolamento deve ser ainda mais reforçado, para tentar conter a transmissão do vírus.
As saídas à rua podem ser possíveis, desde que não estejam proibidas nas medidas de contenção, mas têm que ser para locais onde não haja mais ninguém, para impedir o contacto com outras pessoas. De qualquer forma, sempre que for possível brincar no exterior, é uma óptima opção.
5. Quais os conselhos para lidar com toda esta situação?
Esta é uma situação de muito stress e, por esse motivo, o primeiro conselho é tentar manter a calma, tranquilidade e bom senso. Para além disso, há ainda alguns conselhos importantes a ter em atenção, tais como:
- Explique à criança o que se está a passar, com honestidade mas sem alarmismos. Deixe uma mensagem de optimismo, para ela se sentir segura;
- Durante o período de isolamento evite que as crianças estejam sempre “ligadas” aos ecrãs;
- Seja criativo e encontre actividades para fazer com as crianças, para as manter motivadas e envolvidas;
- Ensine o seu filho a cozinhar;
- Envolva-o nas actividades do dia-a-dia, como forma de lazer (lavar a louça enquanto brinca com a água, por exemplo);
- Tente fazer brincadeiras que explorem a vertente motora (saltar à corda ou jogar à “macaca”, por exemplo);
- Não descure algum trabalho de casa, para manter a rotina “académica” e também para as crianças perceberem que não estão de férias (foi uma medida excepcional de interrupção de aulas). No entanto, também não exija demasiado trabalho delas, para não se tornar apenas uma fonte de conflitos;
- Mantenha algumas regras e rotinas, mas não deixe que isso seja constantemente um problema a resolver.
Por fim, gostaria de deixar um último conselho, que é o de aproveitarem ao máximo o tempo de que vão dispor com os vossos filhos. Não é pelos melhores motivos, mas vão passar a ter muito tempo para estar com eles, portanto usufruam e aproveitem para reforçar os laços e as relações. A vida vai voltar ao normal, mas até lá convém passar o melhor possível!