Desde os primórdios da Humanidade que caminhar é tão natural quanto respirar: andar a pé permitiu-nos sobreviver enquanto espécie, alargar horizontes e evoluir. Com o progresso da tecnologia, porém, a caminhada tornou-se uma atividade cada vez mais esporádica e fomos ficando progressivamente mais distantes da natureza. Na atualidade, a grande maioria da população mundial habita num planeta cada vez mais tecnológico, imediato e veloz e em áreas urbanas densamente povoadas.
Todo o caos e ruído que emana das cidades torna-as zonas de elevado stress e, quanto mais tempo vivemos nelas, mais stress experienciamos. Quanto mais stress experienciamos, mais doentes ficamos. A cada dia que passa, crescem as incidências de doenças cardiovasculares e de cancro, assim como se têm tornado mais comuns as doenças mentais — dependências, depressão, ataques de pânico e ansiedade.
Uma resposta para uma vida melhor? Caminhar na natureza.
Há uns anos, dificilmente poderia afirmar que a caminhada, sobretudo a caminhada no meio da natureza, fosse a resposta para uma vida melhor. No entanto, hoje e depois de trabalhar como guia de caminhadas na natureza, há alguns anos, posso garantir-lhe que, mais do que nunca, a sociedade precisa de desacelerar. Tendo em conta, tudo o que temos vivido como sociedade nos últimos anos (contexto de pandemia da Covid-19; guerra na Ucrânia…), a minha perceção é a de que uma percentagem significativa de pessoas se sente extenuada, sobretudo em termos mentais. Estas pessoas precisam claramente de tempo: para relaxar, para se conectarem consigo próprias, para se ligarem à natureza.
Quando caminho com os meus grupos tento «colocar um travão» nessas rotinas aceleradas, de modo a «puxar» as pessoas de volta ao único instante que, verdadeiramente, existe: o agora. Sem dúvida que a caminhada é importante em termos de saúde física, contudo, tendo em conta o contexto em que vivemos, considero que os seus efeitos em termos de saúde mental são tão ou mais importantes.
É com alegria que verifico, constantemente, que quando a caminhada na natureza termina, o estado de espírito geral do grupo também mudou. É como se tivesse sido administrado um ansiolítico (mas dos bons!) de doses extra de endorfinas naturais a todos os participantes. Assim, sinto que, quando levo alguém a caminhar, lhe estou a dar algo singular, algo que poderá marcar positivamente a sua vida e a sua forma de encarar o mundo. Desta forma, não tenho dúvidas que uma das respostas para uma vida mais plena e feliz está no regresso às origens.
O que caminhar na natureza faz por si
A caminhada, sobretudo a caminhada no meio da natureza, tem inúmeros benefícios físicos, mentais e até espirituais. Com a caminhada, vai conseguir:
- Diminuir o cansaço e a falta de energia;
- Combater o stress, a ansiedade e a depressão;
- Aumentar o limiar de resistência à dor física e psicológica e a capacidade de resiliência;
- Melhorar a memória, a capacidade de concentração e de foco no presente;
- Emagrecer de forma saudável.
Tendo em conta todos estes benefícios (e muitos mais existem), espero que neste momento se sinta motivado a sair de casa, a caminhar, seja no parque da sua cidade ou percorrendo um trilho na montanha. O que interessa é pôr um pé à frente do outro… e ir.
No livro “O Poder de Caminhar” poderá encontrar estas e muito mais razões para caminhar. Descobrindo o porquê da caminhada ser a aliada ideal para abrandar, vivendo de forma mais saudável e no momento presente.