Toda a verdade sobre a celulite

João Bravo // Março 13, 2018
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Embora seja uma perturbação perfeitamente normal e não seja prejudicial para a saúde, esta condição estética pode tornar-se desagradável (senão um verdadeiro pesadelo), sobretudo para as mulheres. Mas, nem tudo são más notícias, vamos conhecer um pouco melhor o problema e como pode ser melhorado.

Ao contrário do que se pensa, a celulite não é uma patologia inflamatória – não existe inflamação nem nenhum processo infeccioso. Isto tem induzido a muitos erros, uma vez que muitas pessoas julgam que é uma patologia inflamatória. Este erro deve-se a traduções mal interpretadas.

A celulite forma-se no tecido subcutâneo e tem origem nas células de gordura que se acumulam nesse tecido. Essas células de gordura variam de tamanho e de quantidade de pessoa para pessoa. A celulite está relacionada com má circulação e comprometimento do sistema linfático, devido à acumulação de gordura. Normalmente, varizes e celulite caminham de mãos dadas e ambas as condições têm muito em comum.

A celulite localiza-se principalmente no abdómen (parte de baixo), braços, pernas e queixo. Infelizmente para as mulheres, são mais propícias a este problema uma vez que nos homens é quase inexistente e quando existe deriva de problemas hormonais relacionados com a testosterona. Para além disto, o facto de ser mais visível nas mulheres do que nos homens deve-se à disposição destas células no tecido. Nas mulheres as células de gordura têm orientação vertical e, assim, são visíveis sobretudo se beliscarmos. Nos homens têm uma orientação cruzada e quando beliscamos, essas células movimentam-se para baixo e para os lados, tornando-se quase imperceptíveis.

Os vários estágios da celulite:

  1. Estágio 0 – se beliscarmos a pele tem uma aparência normal;
  2. Estágio 1 – Nesta fase, se beliscar, já se notam irregularidades na pele – a chamada ‘pele casca de laranja’;
  3. Estágio 2 – Deformação grande na pele. Normalmente este estágio manifesta-se entre os 35 e os 40 anos.
  4. Estágio 3 – Visível a olho nu. Está relacionada com a menopausa e a obesidade

A predisposição para ter celulite é determinada desde a formação do feto e influenciada pela alimentação da mãe durante a gravidez. Posteriormente, na adolescência, é influenciada igualmente pela alimentação, mas também pelo excesso de peso. É nesta fase que se formam os adipócitos (células de gordura), quer em quantidade, quer em tamanho. Normalmente as pessoas magras e os atletas não têm celulite.

A grande questão é: como tratar a celulite?

Para que o resultado seja de facto efetivo e duradouro é necessário colocar em prática um conjunto de orientações:

1 – Reduzir o peso de forma gradual

Uma redução rápida no peso vai tornar a celulite mais visível, uma vez que os tecidos não têm a capacidade de acompanhar o ritmo.

2 – Utilização de suplementos

Existe muita oferta no mercado, mas grande parte deles sem resultados comprovados. O tratamento com suplementos naturais envolve a toma dos mesmos por via oral, bem como a aplicação direta na zona afetada.

Os suplementos mais eficazes são:

2.1 Centelha Asiática: Contém uma substância – ácido triterpénico – que atua positivamente sobre a celulite. Esta planta ajuda a melhorar a circulação e a normalizar o metabolismo dos tecidos por estimulação do colagénio, proteína principal na formação de ossos e outros tecidos. Melhora a estrutura do tecido conectivo e reduz o endurecimento do mesmo. Dosagem -30 mg, 3 vezes por dia

2.2 Castanha da Índia: Tem um efeito anti-inflamatório generalizado. Ajuda a melhorar a circulação sanguínea. Dosagem -20 mg, 3 vezes por dia

2.3 Alga Fucus: Também é conhecida como fava do mar ou bodelha e pode ser encontrada na nossa costa. Esta alga é utilizada no tratamento da obesidade desde o século XVII, uma vez que na sua composição contém iodo, que ajuda a estimular a tiroide. Uma vez que grande parte da população tem falta de iodo, o organismo habitua-se a trabalhar com doses baixas. A suplementação com iodo pode resultar num hipertiroidismo. Devido à condição descrita, recomendo a aplicação tópica desta alga. Desta forma conseguimos um efeito tonificante e suavizante dos tecidos.

2.4 Cafeína: Tem um efeito na redução dos adipócitos (lipólise) e o seu efeito é potenciado se for aplicada localmente.

3 – Alimentação

Ter uma alimentação regrada, tendo em conta a seguinte listagem, pode ajudar a melhorar o aspecto das zonas afectadas.

3.1 Reduzir a ingestão de hidratos de carbono complexos: açúcar, chocolate, doces, produtos de pastelaria, refrigerantes, entre outros.

3.2 Reduzir a ingestão de gorduras saturadas: Margarina, queijos, enchidos, carne de porco, fumeiro, entre outras.

3.3 Aumentar a ingestão de frutas e hortaliças e também de gorduras saudáveis: frutos secos, peixes gordos, azeite, óleo de coco, etc.

4 – Exercício

É fundamental praticar um exercício aeróbico, como, por exemplo, caminhar, a passo rápido (frequência cardíaca entre 140 e 160), pelo menos cinco vezes por semana.

5 – Massagem

Tem como principal objetivo melhorar a circulação e ajudar na penetração dos princípios ativos dos suplementos. Deve ser feita no sentido do coração e com a regularidade de duas vezes por dia. Se utilizar um produto ou uma preparação, como, por exemplo, a que descrevo a seguir, deve deixar atuar durante 10 minutos e depois retirar com água fria.

Fórmula anti-celulítica natural:

Ingredientes:

Grãos de café moídos, Alga fucus, Salva e Limão

Preparação:

Triturar e misturar todos os ingredientes (depois de feita esta fórmula pode ser guardada no frigorífico, num recipiente hermético e escuro, por um prazo de 15 dias);

Aplicar na zona afectada, com uma luva de crina de cavalo ou outra fibra de origem natural, fazendo massagem no sentido do coração;

Deixar atuar durante 10 minutos e retirar o excesso com água fria;

Pode potenciar os resultados se, após a massagem, envolver a área afectada com película aderente e deixar atuar durante 10 minutos.

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