Sexualidade

José Santos // Fevereiro 14, 2017
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A diminuição da líbido (diminuição do interesse pelo sexo) é habitual num contexto de ansiedade e depressão e ainda mais no sexo feminino. As causas para uma disfunção sexual nas mulheres, são habitualmente resultantes de vários fatores. É preciso avaliar a parte física, mas em especial, a parte psicológica, emocional e social. Além das questões ginecológicas é importante que a mulher se sinta à vontade para abordar o tema da sexualidade com o seu médico – existem doenças psicológicas, hormonais, cardíacas e outras que podem interferir com esta área e precisam de ser avaliadas e tratadas.

A sexualidade deve estar presente em todos os momentos do nosso dia – os chamados “preliminares” começam muito antes de o casal estar junto – são o resultado de uma relação equilibrada na distribuição de tarefas domésticas, são o resultado de uma adequada comunicação entre os membros do casal e, acima de tudo, são o resultado de um “cozinhado” inteligente » uma refeição afrodisíaca não é composta só por coisas doces: alterna entre o picante, o amargo e o salgado, pontuada com mestria de muito “açucar”» quero com isto dizer que as nossas relações precisam de ser equilibradas de momentos de ternura e carinho com momentos de saudável oposição e discordância entre os membros do casal.

Uma investigadora na área da psicologia e sexualidade a Drª Esther Perel, levanta diversas perguntas interessantes, existindo uma em particular que nos deve deixar a todos a pensar:  como se alimenta o desejo?  Em especial em relações longas e duradoras. A resposta: com inteligência e eloquência. 

(ver TED talks)

Existe um paradoxo a resolver: uma relação precisa de estabilidade, segurança e confiança (neste contexto a previsibilidade da rotina é protetora – sabemos com o que contar) – mas o desejo (eu acrescentaria a PAIXÃO) precisa do oposto (“só desejo o que não tenho”) – precisa de incerteza, mistério, aventura, perigo e acima de tudo do INESPERADO e do surpreendente.

Isto é verdade para todas as áreas da nossa vida – pessoal e profissional – precisamos de paixão nas nossas vidas pessoais e profissionais. Até porque um profissional apaixonado será com certeza um companheiro mais surpreendente e mais bem humorado.

O sexo é um ótimo “medicamento” natural para ajudar a prevenir e a tratar o stress, depressão e ansiedade, mas não pode ser encarado como mais uma tarefa! 

No meio de um dia atarefado é preciso ter inteligência para abrir espaço – “o fogo precisa de ar” – os casais vivem envolvidos em tarefas e trabalham cada vez mais em conjunto – cuidam da casa, dos filhos, dos pais – o cuidar é AMAR » mas isso é um “anti – afrodisíaco” poderoso. Ninguém fica excitado porque o outro precisa dele – isso é normal – as mulheres melhor que ninguém sabem disso. Sentem amor mas não desejo erótico pelos seus filhos.  

Nas palavras da investigadora: “…crise do desejo é normalmente uma crise da imaginação…” 

Esther Perel, estudou a sexualidade de casais em mais de 20 países e apresenta-nos um caminho para ajudar a dissolver o dilema. Os casais mais equilibrados entendem que há um espaço que pertence a cada um deles. Eles também entendem que os preliminares não são uma coisa que se faz cinco minutos antes da coisa a sério.  O espaço erótico não é sobre acariciar o outro, é criar um espaço onde deixam de ser os bons cidadãos que estão SEMPRE a cuidar das coisas e a serem responsáveis e entram num modo mais descontraído, onde desfrutam com imaginação, liberdade e cumplicidade. (Responsabilidade e desejo entram em conflito). 

Os casais eróticos também sabem que a paixão aumenta e diminui. É bastante parecida com a lua. Tem eclipses intermitentes. Mas eles sabem como ressuscitar isso. Sabem como trazer isso de volta porque eles desmistificaram um grande mito, que é o mito da espontaneidade.» Há que trabalhar a imaginação para que O INESPERADO aconteça.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

Saúde para todos,

José Fernando Santos

Josefsantos@docnurse.pt

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