Qualquer agricultor sabe que as suas plantas não podem dar um fruto bonito, saboroso e saudável, se o terreno em que cultiva não for bem nutrido.
Desta vez vamos falar sobre um conceito de terreno diferente – o “terreno” em que fundamos as nossas raízes. A saúde e a doença dependem de uma diversidade de fatores – internos, externos, modificáveis e inalteráveis (nem tudo depende de nós). A medicina moderna tem-se focado o mais possível nos que são possíveis de modificar e intervir. Com um crescente sucesso, a ciência tem disponibilizado cada vez mais aos médicos e restantes profissionais de saúde, ferramentas sob a forma de medicamentos, cirurgias e outras intervenções cada vez mais perfeitas e eficazes para combater um número cada vez maior de doenças e problemas de saúde. Por exemplo no tratamento do cancro, os tratamentos são cada vez mais eficazes e as cirurgias menos invasivas. Por outro lado estas mesmas doenças que somos cada vez melhores a tratar estão também a aumentar e parecem afetar cada vez mais a população. Existirão, com certeza, muitas causas desconhecidas e ocultas para o crescimento de doenças crónicas como o cancro, a diabetes ou a obesidade – a ciência e a medicina estão a procurar as respostas para as perguntas que nos inquietam. Por exemplo: o que posso fazer para não vir a ter cancro?
O mesmo perguntou na altura um jovem médico e investigador que teve a infelicidade de lhe diagnosticarem um tumor cerebral maligno – J Servain, aos 31 anos, descobriu por acaso um cancro na sua cabeça. Depois de uma primeira cirurgia que parecia ter resolvido o assunto e após uma segunda intervenção por recaída da doença, começou a pensar se existiria algo que ele DOENTE pudesse fazer no seu “terreno” para ajudar os colegas a conseguirem melhores resultados no combate à sua doença. Munido dos seus dotes de investigador lançou-se numa investigação e pesquisa sobre o que já existia sobre o assunto, mas que continua um pouco fora das conversas de consultório – entre outros temas, a importância da alimentação na prevenção e tratamento das doenças e a importância da gestão emocional para manter a saúde – sobre isto escreveu um livro do qual recomendo a leitura – “Anti Cancro”.
Se quer que a sua árvore da saúde dê bons frutos, precisa de olhar ao terreno e ao alimento que damos às suas raízes – os criadores de uma nova abordagem médica, a dita “medicina funcional”, esquematizaram em 8 raízes, fundamentais para estarmos de saúde:
1) Sono e relaxamento;
2) Exercício físico;
3) Nutrição e hidratação;
4) Poluição ambiental;
5) Traumas – físicos ou emocionais;
6) Resiliência/trabalho emocional – a maneira com lidamos com o stress;
7) Micro organismos (referindo-se ao equilíbrio entre os bons para o corpo ou próbioticos e os micróbios perigosos que provocam doença)
8) As nossas relações interpessoais (para mim a mais importante) – a relação com família, amigos e colegas de trabalho, vizinhos e tantas outras pessoas importantes na nossa e fundamentais para a nossa saúde e doença.
Percebemos mesmo sem profundar que nem tudo está nas nossas mãos. Existem muitos fatores externos e condicionantes genéticas e sociais que afetam a nossa saúde e bem-estar – mas o desafio é concentrar a atenção nos que podemos intervir.
Saúde para todos!
José Santos
