Fígado Gordo

José Santos // Novembro 7, 2017
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Quando pensamos em fígado, as hepatites e o cancro são as doenças que mais nos assustam. Mas a doença mais frequente é o “fígado gordo” (esteato hepatite não alcoólica é o termo médico) – este é o problema mais comum, segundo o Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado (NEDF) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

A doença hepática alcoólica, que continua a ser um problema entre os portugueses, devido ao consumo excessivo de álcool – mas que não tem aumentado em número de casos – o mesmo já não acontece em relação ao fígado gordo, resultante de maus hábitos alimentares e do estilo de vida pouco saudável, é um problema cada vez mais frequente. Um aumento que não surpreende os especialistas uma vez que há uma relação direta entre os excessos da alimentação, o estilo de vida sedentário (pouco exercício) e o aumento da incidência de fígado gordo. Este aumento tem também relação direta com o aumento do número de casos de obesidade, de diabetes e de dislipidémia (problemas de excesso de colesterol e triglicéridos) – todos estes problemas são simultaneamente causa e consequência fígado gordo.

A luta para diminuir o número de casos destas doenças, e para as combater, passa essencialmente pela educação das pessoas para fazerem uma alimentação mais saudável, com menor consumo de hidratos de carbono simples (massas, açucares, batata, farinhas) e maior ingestão de vegetais, fruta, e em quantidades moderadas de carne, ovos e peixe de boa qualidade – bem como gorduras saudáveis como é o caso do azeite e das gorduras naturalmente presentes nos alimentos como os frutos secos (nozes) peixes (sardinha) ou nos ovos que apesar de terem gordura, ajudam a emagrecer.

Ao contrário do que seria fácil de pensar, não são as gorduras que “engordam” o nosso fígado – são os vários tipos de açucares que existem na nossa alimentação “moderna” e demasiado processada que estimulam o nosso fígado a “fabricar” gordura.

Nunca é demais alertar as pessoas para adotarem estilos de vida menos sedentários, com atividade física regular – caminhadas, hidroginástica, yoga e muitas outras atividades divertidas.

As doenças do fígado não existem isoladamente, são parte de um problema maior e muito complexo. Fazem parte das tais “doenças inflamatórias crónicas” que estão por detrás das grandes epidemias modernas de Diabetes, Cancro e outras doenças que já fomos falando neste textos.

Aconselhe-se com o seu médico sobre como “fugir” da gordura do fígado – não ignore essa situação, lute pela sua saúde – evite a doença.

José Fernando Santos
Médico especialista em Medicina Geral e Familiar

josefsantos@docnurse.pt
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